Segundo Rueda, a determinação atinge todos os parlamentares e dirigentes da federação que ocupam cargos no Executivo. “Informamos aos detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função no governo federal. Em caso de descumprimento, haverá afastamento imediato das funções partidárias”, declarou.
Apesar da ordem de retirada, a medida não alcança todos os indicados pelas legendas na Esplanada. Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), ambos ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), permanecem nos cargos. O mesmo vale para Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, apadrinhado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Apoio à anistia de Bolsonaro
Na mesma reunião, a federação decidiu apoiar o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. A proposta prevê perdão amplo aos réus, mas mantém a inelegibilidade de Bolsonaro. O movimento ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal iniciou o julgamento do ex-presidente por sua suposta participação em tentativa de golpe.
Nos bastidores, a articulação em torno da anistia tem contado com o apoio de lideranças da oposição e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível candidato à Presidência em 2026.
Impacto na base do governo
O desembarque de União Brasil e PP acontece uma semana após Lula cobrar fidelidade de ministros do Centrão, sugerindo que deixassem o governo caso não estivessem dispostos a defender sua gestão. As declarações aumentaram o desgaste com lideranças como Antonio Rueda e Ciro Nogueira (PP), que vinham pressionando pelo rompimento.
Com a saída, a base governista na Câmara deve cair para 259 deputados, apenas dois a mais que o número necessário para maioria simples. O novo cenário tende a dificultar a aprovação de projetos estratégicos do Planalto e aumenta a instabilidade política na relação com o Congresso.
Fonte: Jovem Pan News / BlueSky