A partir desta sexta-feira (1º), entra oficialmente em vigor em todo o território nacional a nova composição da gasolina comum, com aumento na mistura de etanol anidro de 27,5% para 30%. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marca a adoção do chamado E30, e deve impactar diretamente tanto o bolso do consumidor quanto a cadeia produtiva de biocombustíveis no país.
Além da gasolina, o diesel também sofrerá alteração. O percentual de biodiesel na mistura subirá de 14% para 15% (B15).
Mudança afeta produção, consumo e importações
Com a elevação do percentual de etanol na gasolina, a demanda pelo biocombustível deve aumentar significativamente. O resultado imediato, segundo especialistas, é o risco de desequilíbrio entre oferta e demanda, o que pode forçar o Brasil a recorrer à importação de etanol, principalmente dos Estados Unidos.
A consultoria Argus estima que o país poderá importar de 400 milhões a 800 milhões de litros de etanol até março de 2026 mais de cinco vezes o volume registrado no mesmo período anterior.
Impactos no preço e no consumo
Embora o governo prometa economia de até R$ 0,11 por litro nas bombas, há dúvidas no mercado sobre a real vantagem para o consumidor. Testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia apontam que a nova gasolina não compromete o desempenho de veículos flex, nem aumenta o desgaste das peças.
Ainda assim, especialistas alertam que os preços internos podem subir por conta da redução na oferta de etanol hidratado o que pressiona o custo final dos combustíveis.
Resumo da mudança
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A gasolina E30 será obrigatória em todos os postos a partir de 1º de agosto.
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O percentual de etanol anidro sobe de 27,5% para 30%.
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A medida busca reduzir a dependência de gasolina fóssil e fomentar a cadeia do etanol.
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O diesel também muda: passa de B14 para B15.
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O Brasil pode ter que importar até 800 milhões de litros de etanol até março de 2026.
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Guerra comercial com os EUA pode travar importações e gerar pressão de preços.