Bolsa Família tem maior corte de beneficiários desde sua criação: 855 mil famílias foram excluídas em julho

 



🗓️ 22 de julho de 2025
Fonte: Poder360

O governo federal registrou, entre junho e julho, a maior redução de beneficiários do Bolsa Família desde que o programa foi criado. Foram 855 mil famílias a menos em apenas um mês  um corte que chama atenção, não só pelos números, mas pelos sinais de que o governo Lula está apertando o cerco em 2025.

Com isso, o número de famílias atendidas caiu para 19,6 milhões o menor patamar desde julho de 2022, ainda durante o governo Bolsonaro. No início do atual mandato, o programa atendia 2,3 milhões de famílias a mais.

Cortes por "aumento de renda" e revisões no CadÚnico

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o motivo da exclusão em massa seria o aumento da renda familiar. Só em julho, 1 milhão de domicílios deixaram de receber o benefício por esse motivo. Entre eles, 536 mil estavam na chamada Regra de Proteção recebem 50% do valor do benefício e podem permanecer por até 24 meses no programa, mesmo após elevação de renda.

Outras 385 mil famílias simplesmente ultrapassaram o teto permitido, atualmente em R$ 759 por pessoa, e foram desclassificadas.

Na prática, os cortes coincidem com um esforço do governo para modernizar o Cadastro Único, cruzando os dados com outras bases, como a do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). Ou seja: quem omitiu renda ou informações familiares, como cônjuges, pode estar na mira.

Ajuste fiscal e economia no orçamento

Não dá para ignorar que o Bolsa Família também entrou no radar das metas fiscais. O orçamento do programa previsto para 2025 é de R$ 158,6 bilhões cerca de R$ 10 bilhões a menos do que foi empenhado em 2024. Em junho do ano passado, os repasses mensais chegaram a R$ 15 bilhões. Agora, estão abaixo de R$ 14 bilhões.

Além disso, o governo encontrou indícios de irregularidades em vários municípios. Em algumas cidades, o número de beneficiários era maior que o número de residências. E mais de 1,4 milhão de cadastros informaram “famílias unipessoais” para manter o benefício.

Regra de proteção: nem todos saem de vez

A Regra de Proteção, criada há dois anos, permite a permanência temporária de quem teve leve aumento de renda. Famílias com beneficiários do BPC, por exemplo, podem continuar recebendo por até 12 meses. Já aquelas com estabilidade de renda ficam só mais dois meses no programa.

Mesmo assim, a mensagem é clara: quem não se enquadra nas regras, está sendo cortado. E os dados mostram que a fiscalização vem ficando mais rigorosa, mesmo que ainda em ritmo lento.


Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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