Presença ainda não está confirmada; Irã integra o bloco desde 2024 com apoio de Lula, em meio a tensões internacionais com Israel e EUA
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, pode vir ao Brasil no início de julho para participar da Cúpula do Brics, que será realizada no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo embaixador iraniano em Brasília, Abdollah Nekounam Ghadirli, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (26).
De acordo com o embaixador, o governo iraniano está em “fase de programação” da possível visita, mas a presença de Pezeshkian ainda não está confirmada. Caso a ausência se concretize, será a terceira baixa de chefes de Estado no encontro, que também não contará com a presença de Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia).
🤝 Apoio de Lula à entrada do Irã no Brics
O Irã passou a integrar o Brics em 2024, com apoio direto do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu publicamente a ampliação do bloco. Durante a cerimônia de entrega de credenciais do embaixador iraniano, em maio de 2024, Lula reiterou a importância da inclusão do Irã como uma forma de equilibrar forças geopolíticas no cenário internacional.
O bloco, que agora reúne 11 países — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia —, tem se posicionado de forma crítica às ações militares ocidentais.
⚠️ Condenação aos ataques dos EUA contra o Irã
Na última terça-feira (24), os membros do Brics emitiram uma declaração conjunta condenando os ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas. O grupo classificou a ação como violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
“Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos”, afirma o documento.
Apesar do recente acordo de cessar-fogo entre Irã e Israel, mediado pelos EUA, analistas alertam para o risco de retomada das hostilidades, especialmente diante da crescente militarização e da retórica inflamada entre as partes.