Brasil condena ofensiva dos EUA e Israel contra programa nuclear iraniano e fala em violação da Carta da ONU

 


Governo Lula critica ação militar em nota oficial e defende solução diplomática para evitar agravamento do conflito no Oriente Médio

O governo brasileiro condenou formalmente os ataques realizados por Estados Unidos e Israel contra instalações nucleares do Irã, classificando a ação como uma flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e uma ameaça à paz internacional. A declaração foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores, em nota pública que defende o uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos.

“Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala”, afirmou o Itamaraty.

A nota também expressa preocupação com a escalada de violência na região, incluindo os ataques recíprocos entre Israel e Irã em áreas densamente povoadas, que têm causado vítimas civis e destruição de infraestrutura essencial.

Bombardeios e resposta iraniana

Após ser alvo de ofensivas israelenses, o regime iraniano liderado por Aiatolá Ali Khamenei lançou uma contraofensiva com mísseis contra cidades como Tel Aviv e Jerusalém, aprofundando ainda mais a instabilidade na região.

Os Estados Unidos afirmam que os ataques "devastaram" o programa nuclear iraniano. Segundo o secretário de Defesa americano, a operação teve como base ordens diretas da presidência e atingiu "com sucesso" instalações estratégicas. A ofensiva veio na esteira de um relatório da ONU, que apontou níveis elevados de enriquecimento de urânio no Irã.

Washington e Tel Aviv acusam Teerã de desenvolver armas nucleares secretamente, em violação aos tratados internacionais. O Irã nega, alegando perseguição geopolítica e manipulação internacional para desestabilizar seu regime.

Brasil reafirma oposição à proliferação nuclear

A nota do Itamaraty reafirma a posição histórica do Brasil contra a proliferação de armas nucleares, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

“O Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”, afirmou o Itamaraty. “As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo.”

O governo brasileiro reforçou ainda que defende a manutenção do regime internacional de não proliferação e desarmamento nuclear, e que ações unilaterais como os recentes bombardeios ameaçam comprometer os avanços diplomáticos conquistados nas últimas décadas.

Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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