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Foto: reprodução |
A secretária de Desenvolvimento Humano da Paraíba, Pollyanna Dutra, e o ex-secretário da mesma pasta, Tibério Limeira, foram denunciados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) no âmbito da Operação Indignus. Eles são acusados de integrar uma organização criminosa responsável por negociar propinas em troca de concentração ou fornecimento de alimentos em um grupo selecionado de empresas.
Acusações e Operação
Segundo a denúncia, os dois secretários participaram de um esquema de propinas, denominado de "devoluções", envolvendo empresas contratadas para fornecer refeições ao Programa Prato Cheio e produtos para instituições beneficentes. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas, incluindo o padre Egídio de Carvalho Neto, gestor das organizações envolvidas, além de Amanda Duarte e Jannyne Dantas, membros da administração do Hospital Padre Zé.
As investigações apontam crimes de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, estelionato e apropriação de valores doados ao Hospital Padre Zé e à Ação Social Arquidiocesana. Tibério Limeira é acusado de receber R$ 50 mil em diversas graças, enquanto Pollyanna Dutra teria recebido R$ 70 mil, repassados à sua mãe. Os pagamentos foram rastreados por mensagens de WhatsApp e notas financeiras.
Defesa dos Acusados
Tibério Limeira classificou as acusações como fundamentadas em documentos sem validade legal e refutou as alegações. Pollyanna Dutra afirmou, por meio de sua assessoria, que ainda não teve acesso à denúncia. A defesa do padre Egídio também negou as acusações, alegando falta de provas consistentes.
O Programa Prato Cheio
O programa, iniciado em 2021, tinha como objetivo fornecer refeições a pessoas em situação de rua em diversas cidades da Paraíba. Entre 2021 e 2023, foram firmados 14 termos de colaboração, totalizando R$ 21,1 milhões em recursos. As investigações mostram que empresas ligadas a Kildenn Tadeu Morais de Lucena receberam R$ 18,4 milhões do total, reforçando a centralização das contratações.
Repercussões e Próximos Passos
O Governo do Estado preferiu não se pronunciar sobre o caso. A Operação Indignus, que já revelou irregularidades em outros momentos, coloca em execução a gestão dos recursos públicos destinados a programas sociais, destacando um esquema que movimentou milhões de reais. O caso segue sob análise do Judiciário.
Fonte: G1