Um estudo da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados – mostrou que a relação dos brasileiros com o dinheiro é marcada por preocupação e dificuldades de planejamento. Segundo os dados, 63% dos entrevistados das classes A, B e C afirmaram estar preocupados com as finanças futuras.
Do total, 48% disseram conseguir pagar as contas, mas sem sobra no fim do mês. Apenas 30% relataram ter bom gerenciamento e sobra de recursos. Por outro lado, 11% precisam pedir ajuda ou empréstimos para manter as contas em dia e 5% acabam deixando despesas para o mês seguinte.
Endividamento: cartão de crédito lidera
O levantamento aponta que o cartão de crédito é a principal fonte de endividamento no país, citado por 51% dos entrevistados. Entre pessoas de 35 a 44 anos, esse número chega a 66%.
O caso de William Freire, profissional de segurança cibernética de Ceilândia (DF), reflete a realidade de muitos brasileiros. Ele relata viver em um ciclo contínuo de dependência do cartão de crédito. “Você vai comprando coisas parceladas e quando percebe, já usa todo o salário para pagar fatura e despesas fixas. O cartão vira a única saída, mas a dívida só aumenta”, afirma.
Outras dívidas relevantes são empréstimos pessoais (28%) e financiamentos de veículos ou imóveis (17%).
Preocupação com aposentadoria
Além das dívidas, o futuro financeiro gera incertezas. Entre os entrevistados, 35% se disseram muito preocupados e apenas 2% afirmaram não ter nenhuma preocupação. A aposentadoria também é fonte de insegurança: 33% estão muito preocupados e 24% preocupados, totalizando 57%.
A apreensão é mais intensa entre os jovens de 16 a 24 anos, dos quais 84% demonstraram preocupação ou muita preocupação com as finanças.
Recortes regionais
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Nordeste: 58% têm dívidas com cartão de crédito e 56% se dizem preocupados com o futuro.
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Sudeste: 69% estão preocupados ou muito preocupados com as finanças, índice acima da média nacional.
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Sul: 68% também demonstram forte preocupação.
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Norte e Centro-Oeste: 53% e 41%, respectivamente, indicam preocupação abaixo da média nacional.
Metodologia
A pesquisa ouviu 1.010 brasileiros com 16 anos ou mais, das classes A, B e C, em todas as 27 unidades da federação. As entrevistas ocorreram nos dias 8 e 9 de agosto de 2025, de forma online. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com 95% de confiança.
Segundo a Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas), a renda média das classes consideradas é:
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Classe A: R$ 26.811,68
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Classe B1: R$ 12.683,34
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Classe B2: R$ 7.017,64
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Classe C1: R$ 3.980,38
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Classe C2: R$ 2.403,04
A pesquisa aponta que, embora a maioria consiga pagar suas contas, o endividamento e a falta de sobra financeira limitam o planejamento de longo prazo, impactando sonhos como comprar um imóvel, trocar de veículo, investir em educação ou realizar viagens.
Fonte: Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados