Dívida da Venezuela com o Brasil ultrapassa R$ 10 bilhões e segue crescendo

 


O calote bilionário da Venezuela ao Brasil já supera a marca de R$ 10 bilhões. Os dados, obtidos pelo Ministério da Fazenda, mostram que desde 2018 o país governado por Nicolás Maduro não paga os financiamentos recebidos para obras de infraestrutura, como construção de metrôs, estaleiros e siderúrgicas. Os juros acumulados até fevereiro de 2025 chegam perto de R$ 3 bilhões.

Segundo estimativas, a dívida total pode atingir até R$ 12 bilhões, considerando a cotação atual do dólar. O rombo inclui indenizações já pagas pela União aos bancos credores por meio do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

BNDES e Tesouro cobrem calote

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que os valores devidos foram repassados diretamente aos exportadores brasileiros, mas que, diante da inadimplência da Venezuela, o seguro cobriu os débitos — e agora o prejuízo recai sobre o Tesouro Nacional, ou seja, sobre o contribuinte.

A dívida segue crescendo. Apenas nos dois primeiros meses de 2025, o estoque subiu R$ 960 milhões. Segundo a Fazenda, o aumento se deve ao não pagamento de parcelas e à aplicação contínua de juros de mora.

Governo Maduro ignora cobranças

O Ministério da Fazenda afirmou que realiza cobranças formais via diplomacia e canais econômicos, mas não há previsão de pagamento nem de renegociação, e tampouco há colaboração do governo venezuelano.

Os principais débitos referem-se a grandes obras como o Metrô de Caracas, e os contratos datam dos anos 2000, quando o Brasil passou a financiar projetos estratégicos em países aliados.

Lula defende alternativa para não cobrar dívida

Apesar da inadimplência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a conversão de dívidas em investimentos sociais ou em cotas de Direitos Especiais de Saque (DES), criadas pelo FMI. A proposta, no entanto, não tem efeito prático e depende de adesão internacional, além de não garantir retorno financeiro ao Brasil.

Enquanto isso, o Brasil segue arcando com os prejuízos causados por empréstimos concedidos por motivações políticas e sem garantias reais de retorno. Legalmente, o governo não pode perdoar a dívida, mas a perspectiva de recuperação é mínima sem negociação efetiva.

A Venezuela também acumula dívidas com outros países da América Latina, incluindo contratos de fornecimento de petróleo para nações como Cuba e Haiti.


Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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