Até o dia 6 de junho de 2025, os entes federativos — União, estados, Distrito Federal e municípios — arrecadaram cerca de R$ 1,7 trilhão, mas gastaram mais de R$ 2,2 trilhões. O resultado é um déficit primário de aproximadamente R$ 500 bilhões, revelando o desequilíbrio nas contas públicas do país neste ano.
Transparência fiscal: duas ferramentas para acompanhar os números
Para tornar esse cenário mais acessível à população, duas plataformas estão disponíveis gratuitamente:
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📊 Impostômetro: criado há 20 anos, mostra em tempo real o valor arrecadado pelos governos.
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📈 Gasto Brasil: lançada recentemente pela CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil) e ACSP (Associação Comercial de SP), detalha os gastos públicos em nível federal, estadual e municipal.
O Gasto Brasil permite verificar como os recursos estão sendo aplicados em áreas como previdência, folha de pagamento e encargos sociais. Os dados vêm diretamente do Tesouro Nacional e também são exibidos em um painel no centro de São Paulo, ao lado do Impostômetro.
“Estamos deixando uma conta muito cara para o futuro”, alerta presidente da CACB
Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait, a ferramenta representa um avanço para a cidadania fiscal. “Se gastássemos apenas o que arrecadamos, não teríamos inflação e a taxa de juros seria 2,33%. O Gasto Brasil é educativo, como o Impostômetro, e mostra que a sociedade precisa participar”, afirmou.
Segundo Estevan Luiz Muskat, diretor da Associação Comercial e Industrial de São Carlos, o déficit primário impacta diretamente o setor produtivo: “É uma informação vital para quem empreende, seja no agronegócio, indústria ou comércio. Transparência nas contas públicas é essencial para planejamento e decisões”.
Com o rombo nas contas ultrapassando R$ 500 bilhões, o país enfrenta um alerta vermelho na saúde fiscal. A sociedade, por sua vez, ganha novas ferramentas para acompanhar, fiscalizar e pressionar por responsabilidade na gestão do dinheiro público.
🔗 Fonte: Brasil 61