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Foto: Palácio do Planalto/reprodução |
A oposição ao governo Lula (PT) conseguiu reunir 259 assinaturas no Congresso Nacional — 223 de deputados e 36 de senadores — para protocolar o pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as fraudes bilionárias no INSS. Nenhum parlamentar do Partido dos Trabalhadores assinou o requerimento.
O número de apoiadores foi suficiente para viabilizar a instalação da CPMI. A articulação foi liderada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT).
Um dado que chama atenção é que 132 das assinaturas vieram de partidos que ocupam ministérios no governo Lula, o que evidencia fissuras e desconfortos na base governista. O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, por exemplo, teve seis assinaturas: dos senadores Chico Rodrigues e Flávio Arns, e dos deputados Duarte Jr, Heitor Schuch, Luciano Ducci e Tabata Amaral.
Crise no governo e pressão por apuração
A pressão pela CPI aumentou após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS por parte de entidades associativas. A investigação envolveu 211 mandados de busca e apreensão e 6 prisões temporárias em diversos estados.
O escândalo já provocou a queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e a demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). Segundo a CGU, a maioria dos aposentados afetados não autorizou os descontos em seus contracheques, e grande parte das entidades investigadas não comprovou estrutura para oferecer os serviços prometidos.
Agora, com a provável instalação da CPMI, a oposição pretende aprofundar as investigações no Congresso, com foco em identificar omissões e responsabilidades políticas dentro do governo federal.
Fonte: Poder 360