M. Dias Branco fecha fábrica em Lençóis Paulista: 480 trabalhadores impactados em "reestruturação"

A M. Dias Branco, proprietária das marcas Vitarella, Piraquê e Adria, anunciou a desativação de sua unidade em Lençóis Paulista, que empregava 480 colaboradores, como parte de um processo de reestruturação empresarial. 

 Foto: André Lessa/Estadão - 27/72010



Por Redação Política do Vale

BRASÍLIA – A gigante do setor alimentício M. Dias Branco anunciou o fechamento de sua fábrica de biscoitos em Lençóis Paulista, interior de São Paulo, deixando 480 trabalhadores diretamente afetados. Sob o argumento de "reestruturação" e "otimização fabril", a empresa transfere a produção para outras unidades, alegando buscar maior eficiência e redução de custos.

A justificativa da empresa, divulgada por meio de nota oficial, destaca um processo contínuo de modernização industrial e investimentos em novas tecnologias. A fábrica, que historicamente produzia para a marca Zabet e mais recentemente para a Vitarella, foi adquirida pela M. Dias Branco há mais de duas décadas. Desde 2023, atendia ao portfólio da Vitarella, marca líder nacional em vendas de biscoitos.

Impacto Social e Econômico

Embora a companhia afirme compromisso com seus funcionários, incluindo benefícios adicionais e programas de capacitação para recolocação profissional, o fechamento de uma unidade desse porte em uma cidade do interior gera inevitáveis questionamentos sobre o impacto no mercado de trabalho local. A transferência de produção, mesmo que pautada pela busca de competitividade, soa como um golpe para as famílias dependentes dos empregos gerados pela planta.

A negociação com o sindicato, segundo a empresa, resultou em pacotes de benefícios além das verbas rescisórias legais. No entanto, a promessa de "deslocar parte dos funcionários para outras unidades" é vaga e enfrenta o desafio logístico de realocar trabalhadores a longas distâncias ou em contextos completamente diferentes.

Modernização ou Desmonte?

A M. Dias Branco, com sede em Eusébio (CE) e 22 indústrias espalhadas pelo Brasil, defende a movimentação como estratégica para se consolidar como líder de mercado. Mas o discurso de eficiência operacional esconde o custo humano dessas "estratégias". Em um cenário de desemprego e dificuldades econômicas, o fechamento de fábricas em regiões dependentes de indústrias desse porte levanta um ponto central: até que ponto a busca por competitividade justifica o desmonte de operações locais?

Ao destacar que o interior paulista segue como "foco estratégico" da marca Vitarella, a empresa tenta suavizar o impacto da decisão, mas a realidade é clara: 480 trabalhadores precisarão de muito mais do que palavras para se reerguer após essa mudança.

 Fonte: Estadão

Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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