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Foto: Reprodução |
A Petrobras e os consumidores brasileiros iniciam o ano de 2025 em meio a um cenário econômico desafiador, com um alerta aceso devido à defasagem nos preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional. A Associação Brasileira de Importação de Combustíveis (Abicom) divulgou dados que mostram uma discrepância significativa, colocando a gasolina e o diesel como protagonistas dessa crise.
De acordo com os estudos, o diesel apresenta uma defasagem de 8,9% a 19%, enquanto a gasolina está entre 12% e 13%. Essa disparidade é atribuída principalmente à valorização do dólar e ao aumento nos preços internacionais do petróleo, que continuam a subir devido às flutuações geopolíticas. Essa defasagem coloca a Petrobras em uma posição delicada, sendo forçada a ajustar seus preços para alinhar-se ao mercado global, o que pode gerar consequências diretas para o consumidor brasileiro.
O Impacto do Ajuste no Preço dos Combustíveis
Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis), defende o modelo de precificação adotado pela Petrobras. “O modelo atual é sustentável, pois permite à empresa fazer ajustes sazonais, considerando a rentabilidade e as flutuações internacionais do mercado de petróleo", afirma. No entanto, esse modelo, embora funcional, impõe desafios para os consumidores, já que qualquer reajuste nos preços pode levar à elevação da inflação e afetar diretamente o bolso dos brasileiros.
O Brasil, com sua infraestrutura de transporte predominantemente rodoviária, enfrenta sérias consequências devido ao impacto de reajustes no diesel e na gasolina. Segundo Tavares, "com 80% do transporte de cargas dependendo das rodovias, qualquer aumento no custo dos combustíveis afeta toda a cadeia produtiva e eleva os preços de bens e serviços."
Aumento no ICMS: Um Peso a Mais para o Consumidor
Além da defasagem nos preços dos combustíveis, um outro fator que pressiona o consumidor brasileiro em 2025 é o aumento nas alíquotas do ICMS, previsto para entrar em vigor em fevereiro. A implementação de novos impostos adicionará R$ 0,10 por litro na gasolina, R$ 0,06 no etanol e no diesel, elevando ainda mais os preços nas bombas de combustíveis e ampliando o efeito inflacionário.
Com esses ajustes, o preço médio da gasolina, que fechou 2024 em R$ 6,29 por litro, pode continuar sua trajetória de alta, impulsionado não apenas pelos reajustes da Petrobras, mas também pelos custos logísticos e de transporte, que afetam todo o território nacional. Para especialistas, a combinação desses fatores cria um cenário de efeito cascata, dificultando ainda mais a recuperação econômica do país.
Efeito Cascata e o Desafio para a Recuperação Econômica
A previsão é de que, com o aumento das alíquotas do ICMS e o reajuste nos preços dos combustíveis, a pressão sobre os preços de bens e serviços se intensifique. Esse efeito cascata pode dificultar ainda mais o processo de recuperação econômica, prejudicando tanto a população de baixa renda quanto as empresas que dependem de transporte e logística para a circulação de mercadorias.
Com o cenário complexo que se desenha para 2025, o Brasil segue enfrentando os desafios impostos por uma economia global instável, e a alta nos preços dos combustíveis será um tema crucial nas discussões sobre os rumos da economia nacional no próximo ano.
Fonte: Correio Braziliense