Ministros do STF avaliam que tarifa imposta por Trump pode favorecer Lula politicamente

 


A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, foi recebida com cautela por autoridades brasileiras — mas também com leitura estratégica por integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo relatos feitos sob reserva, ministros da Corte avaliam que o episódio pode acabar favorecendo a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao permitir que ele adote uma postura de “resistência” diante da medida americana. Um magistrado ouvido por veículos da imprensa sugeriu que o governo pode usar o episódio como argumento para reforçar a coesão nacional diante de pressões externas.

A leitura nos bastidores é de que a medida, apesar de negativa no aspecto comercial, pode fortalecer a narrativa de Lula como líder de um país soberano, atingido por sanções unilaterais. Um interlocutor da Corte afirmou que o presidente poderá se beneficiar politicamente ao mobilizar apoio internacional e reforçar alianças internas. Há também expectativa de que o caso gere impacto em pesquisas de popularidade do governo.


Leia também:

Tarifaço ao Brasil pode ser positivo para Lula, avaliam ministros do STF

STF e PGR mantêm ações contra Bolsonaro

O episódio da tarifa americana ocorre paralelamente ao avanço de ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na última sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes autorizou nova operação da Polícia Federal no inquérito que investiga suposta tentativa de ruptura institucional.

Entre as medidas impostas a Bolsonaro está a utilização de tornozeleira eletrônica. No mesmo dia, a 1ª Turma do STF confirmou, por maioria, a decisão de Moraes. Dias antes, a Procuradoria-Geral da República havia apresentado parecer pedindo a condenação do ex-presidente no mesmo processo.

Especialistas em direito avaliam que o caso é juridicamente delicado, tanto pela sua complexidade quanto pela proximidade com o ambiente político. Parte dos analistas defende que o Judiciário deve atuar com equilíbrio para evitar acusações de interferência política; outros apontam que as medidas seguem o rito processual.

Tensão externa e cenário interno

O governo brasileiro, por sua vez, informou que buscará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a medida dos EUA, enquanto mantém negociações diplomáticas. Lula chegou a mencionar a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada em 2024, como possível resposta, caso o impasse não seja resolvido via diálogo.

A Casa Branca, por meio de representantes do Departamento de Estado, afirmou que a medida tem caráter técnico e faz parte de uma revisão geral de práticas comerciais. No entanto, lideranças políticas brasileiras, tanto do governo quanto da oposição, enxergam impactos políticos e estratégicos no gesto da administração Trump.

Nos bastidores, lideranças de diferentes Poderes reconhecem que o episódio pode ganhar novos contornos à medida que o cenário eleitoral de 2026 se aproxima, e que tanto Lula quanto Bolsonaro seguem sendo atores centrais no debate público.


Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem