Alta do dólar pressionou preços de alimentos, eletrodomésticos e higiene antes do Natal

 
Produtos de limpeza e higiene pessoal também vão passar por reajustes | Foto: Reprodução/Freepik

    A alta expressiva do dólar, que nesta segunda-feira (16) chegou ao patamar de R$ 6 , já impacta diretamente os preços de produtos essenciais para as festas de fim de ano e traz projeções preocupantes para a economia de 2025.

Os supermercadistas relatam que frutas secas e frescas, azeite e bacalhau , itens tradicionalmente consumidos durante a ceia natalina, registraram aumentos de 10% somente na última semana. Esse reajuste se soma ao aumento de 4% a 5% coletado em novembro, gerando um encarecimento oferecido aos consumidores. Entre os produtos mais afetados estão:

  • Lichia : cerca de R$ 60 por quilo ;
  • Cereja : chega a R$ 120 por quilo ;
  • Bacalhau e azeite : reajuste de 10% no mês.

Essas elevações decorrem da desvalorização cambial, uma vez que boa parte desses alimentos é importada. No mercado interno, o preço do melão alcançou R$ 50 por unidade , impulsionado tanto pela exportação quanto pelo novo patamar do câmbio.

Setores industriais preveem reajustes

Além dos alimentos, outros setores também programam aumentos para o início de 2025. A indústria de higiene e limpeza prevê altas de 10% a 12% , enquanto as derivadas de laticínios podem sofrer reajustes de 10% . Produtos congelados e carnes derivadas, por sua vez, poderão registrar aumentos entre 15% e 19% .

O setor de eletrodomésticos e eletrônicos também enfrenta pressão, já que boa parte das matérias-primas e componentes são importados. Os fabricantes afirmam que os preços devem ser ajustados após o período de alta demanda de Natal e Ano-Novo.

Cenário econômico preocupante

Com o aumento acumulado de quase 25% no dólar ao longo de 2024, os economistas elevaram suas projeções de inflação. O Boletim Focus do Banco Central aponta que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve atingir 4,59% em 2025 , superando o teto da meta.

De acordo com Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados , o novo patamar cambial torna o controle da inflação ainda mais desafiador.

“Mesmo com a desaceleração esperada da demanda, ela não deve ser suficiente para compensar o efeito do câmbio” , afirmou Vale.

Impactos no consumidor

O cenário reforça a tendência de um final de ano com ceias mais caras e orçamentos familiares apertados. A alta do dólar traz impactos não apenas para os produtos importados, mas também para os itens do mercado interno, devido à exportação preferencial e ao custo de insumos.

Com a previsão de novos aumentos no início de 2025, os consumidores deverão enfrentar desafios econômicos e um cenário de reajustes generalizados.

Fonte: Revista Oeste


Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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