Inflação atinge 4,99% para famílias de renda muito baixa no Brasil, afetando mais os mais pobres

 
Foto: Reprodução/intagram


    Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a inflação anual, até outubro, atingiu 4,99% para a população de renda “muito baixa”, superior ao índice de 4,44% para brasileiros de “renda alta”. A inflação geral, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 4,76% no acumulado dos últimos 12 meses até outubro.


Impactos por Faixa de Renda

O Ipea identificou que os brasileiros de renda mais baixa enfrentam maiores pressões inflacionárias, principalmente devido aos aumentos nos preços dos alimentos e das tarifas de energia elétrica. Para a população mais rica, a inflação foi menor, em parte graças à redução de 11,5% nas passagens aéreas e de 0,17% nos combustíveis, que têm um peso significativo no consumo desse grupo. 


Inflação Acima da Meta

O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, o que permite um índice entre 1,5% e 4,5%. No entanto, com a inflação já em 4,99% para as famílias mais pobres, e as previsões do Boletim Focus apontando uma taxa de 4,62% para o fechamento do ano, o cenário sugere pressões adicionais sobre a população mais vulnerável.


Aumento da Taxa Selic pelo Banco Central

Para tentar conter a inflação, o Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,25% ao ano. Essa alta busca reduzir o consumo e, assim, controlar os preços. Entretanto, o aumento da Selic foi alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua base aliada, incluindo a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, que considerou a medida um "terrorismo de mercado." 

A composição do Banco Central, que terá maioria de diretores indicados por Lula em 2025, pode trazer mudanças na abordagem de acombate à inflação. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a política, destacando que a inflação age como um “imposto perverso” que afeta mais os pobres, justificando a necessidade de manter o controle dos preços para garantir estabilidade econômica. 

Esse contexto destaca os desafios enfrentados pelo governo em equilibrar o controle inflacionário com o crescimento econômico e a estabilidade social, especialmente para proteger a população mais pobre.



Raquel Lima

Sou Raquel Lima, jornalista dedicada a informar com qualidade e verdade. Busco temas relevantes, análises claras e coberturas que inspirem, sempre com compromisso e uma visão crítica dos fatos.

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