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Foto: Divulgação/internet |
O governo federal apresentou um déficit primário de R$ 105,2 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2024, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional na última quinta-feira (7). Esse valor representa uma piora de 11,5% em relação ao déficit de R$ 94,3 bilhões registrado no mesmo período de 2023, agravando os desafios para cumprir a meta fiscal estabelecida para o ano.
Os dados correspondem ao desempenho do governo central, que inclui o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central. O Tesouro e o Banco Central conseguiram um superávit de R$ 160,6 bilhões, mas o déficit da Previdência, que atingiu R$ 265,8 bilhões, reverteu o saldo, marcando o pior desempenho desde 2020. A meta fiscal para 2024 é de déficit zero, com uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, o que permite ao governo gastar R$ 28,8 bilhões além das receitas sem comprometer o objetivo.
Aumento da Inflação e Pressões Econômicas
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou de 4,24% para 4,42% no acumulado de 12 meses encerrados em setembro. O centro da meta de inflação é de 3% para 2024, mas o teto permitido é de 4,5%, tornando a situação fiscal ainda mais sensível. Segundo Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, o governo precisa ter cuidado com a política fiscal para evitar um estímulo excessivo à inflação, o que poderia levar a uma desaceleração econômica mais intensa.
Resultado Mensal de Setembro e Ausência de Dados Completos
Em setembro, o déficit foi de R$ 5,3 bilhões, revertendo o superávit de R$ 11,6 bilhões registrado no mesmo mês em 2023. Esse resultado foi afetado por uma queda de R$ 15,1 bilhões na receita líquida e um aumento de 1,4% nas despesas. O Tesouro Nacional divulgou apenas um sumário executivo dos resultados, mencionando a greve dos funcionários como motivo para a falta de dados mais detalhados, o que impede uma análise comparativa mais ampla entre os períodos.
Planejamento de Corte de Gastos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe econômica discutem possíveis cortes de gastos para enfrentar o déficit fiscal. Embora a equipe econômica ainda não tenha definido uma data para o anúncio do pacote de ajustes, o governo sinaliza que as medidas de controle de despesas são prioritárias para evitar um impacto mais severo sobre a inflação e o crescimento econômico. Segundo Ceron, o governo divulgará o plano de cortes assim que uma decisão for tomada.
A situação fiscal apresenta um cenário desafiador, com o governo buscando equilibrar o crescimento econômico, a inflação e o cumprimento das metas fiscais, em um contexto em que a economia mundial também enfrenta incertezas.
Fonte: Poder360