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Foto: reprodução/Internet |
Por Raquel Lima
Mamanguape, uma cidade marcada por sua história e tradições, não verá, mais uma vez, seu tradicional desfile cívico no Dia da Independência em 2024. A ausência desse evento, que outrora preenchia as principais ruas da cidade com o orgulho e o patriotismo de seu povo, tem deixado uma sensação amarga entre os moradores. O que antes era um símbolo de unidade e celebração do Brasil, hoje parece ser apenas uma memória, apagada gradualmente desde a pandemia.
A última vez que Mamanguape teve um desfile cívico que realmente resgatou a essência da Independência foi antes de 2020. Com a pandemia, tudo mudou. Entendia-se, naquele momento, a necessidade de priorizar a saúde pública, mas o retorno dessa tradição, tão aguardado pela população, nunca aconteceu de forma plena. No ano de 2023, o desfile foi reduzido a eventos realizados nos bairros, longe das principais ruas da cidade, onde historicamente o público se reunia para prestigiar o momento.
O que substituiu o desfile cívico foi um encontro de bandas marciais, algo que, embora interessante, não foi capaz de preencher o vazio deixado. Para muitos, o evento destoa da celebração da Independência, quebrando a tradição que sempre uniu gerações em torno do amor à pátria. O sentimento entre os moradores é claro: a essência do 7 de Setembro foi deixada para trás.
Para os cidadãos de Mamanguape, o desfile cívico era mais do que uma simples cerimônia. Era um momento de celebração coletiva, onde crianças, jovens e adultos se uniam para expressar seu orgulho e amor pelo país. Era uma oportunidade de ver as escolas, as bandas e as instituições desfilando com garbo pelas ruas centrais da cidade, em um espetáculo que enchia os corações de emoção.
Hoje, no entanto, o que se vê é um sentimento de insatisfação. "Não é a mesma coisa", dizem os moradores. O encontro de bandas marciais, embora bem organizado, não carrega o mesmo simbolismo que o desfile cívico. “É como se a tradição fosse esquecida. Antes, o desfile era algo que todos aguardavam com ansiedade, mas agora, tudo parece perder seu brilho. Parece que a gente perdeu um pouco da nossa identidade”, comentou uma moradora.
A ausência desse momento de comunhão e celebração mexe com o orgulho e a memória de muitos. Para aqueles que cresceram assistindo e participando dos desfiles, a falta dessa tradição é uma perda significativa. As ruas vazias no 7 de Setembro são um reflexo do que a cidade parece ter deixado para trás.
O que aconteceu com a essência de Mamanguape? Será que a tradição foi deixada para trás em nome da modernidade, ou estamos testemunhando o fim de algo que fazia parte da alma da cidade? As respostas ainda são incertas, mas o sentimento de insatisfação é inegável.
Para muitos, a esperança é que Mamanguape recupere sua tradição no futuro. Que o desfile volte a ocupar as principais ruas da cidade, que as bandas e escolas voltem a marchar com orgulho, e que o 7 de Setembro seja, novamente, um dia de união e celebração. Afinal, mais do que um evento, o desfile cívico é parte da história e da identidade de Mamanguape.
Texto: Raquel Lima/Blog Política do Vale Mamanguape